QUAL HERANÇA VOU DEIXAR?

 Gostaria de deixar para meus filhos, depois que me for para o outro lado do mistério da vida, bens que pudessem garantir a eles uma vida tranquila nesta terra.

Fazendas, casas, dinheiro seriam bens desejáveis e úteis, com certeza. Infelizmente, do ponto de vista material vou deixar pouco.

Eles, porém, merecem herdar alguma riqueza, algo que perdure.

Por isso, a cada dia trabalho incansavelmente para deixar algo que fique para além de mim. Derramo minha alma em palavras, em versos, em livros, para que ela permaneça para depois. Que minha alma permaneça, não como fantasma aterrorizando, mas como vida doada. Nela estão minhas riquezas mais profundas.

Que meus filhos herdem minha alma! Por isso é que escrevo. Minha escrita estampa em palavras o que trago de melhor, misturado com minhas imperfeições. O ouro também se esconde em meio à lama.

Que busquem eles o ouro escondido!

Escrever é doação. Doo-me nas minhas formas imperfeitas, nos meus conteúdos contraditórios. Mas é minha alma doada.

Vou ficar ainda, depois de ter partido para o outro lado do mistério, nas palavras que ficarão como minha herança. Meu legado será uma experiência compartilhada, em vitórias e fracassos, para ser refletida pelos meus netos, bisnetos e tataranetos.

Escrever é uma luta que travo para ser transparente e deixar uma lição de vida, que será lida e interpretada, e também relida e reinterpretada para além destes dias meus tão passageiros.

É vida que segue e que se escreve!

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