PARA QUE SERVE A POESIA MESMO?

Para que serve mesmo a poesia?

 Estou redescobrindo a minha vocação de poeta. Descobri, melhor dizendo, redescobri que eu amo mesmo é mexer com as palavras. E, no entanto, eu sou tão quieto. Acanhado, tímido, quase covarde.No entanto, em mim vive um turbilhão. Sou e não sou, ao mesmo tempo. Um dia sou totalmente o avesso do que fui antes, e no outro, talvez, eu me torno o avesso do avesso. Tudo acontecendo na intimidade. Fora eu sou eu mesmo, tão previsível. Mas esta previsibilidade, este conformismo, este pacato existir não combina com minha interioridade tão metamorfósica, tão desigual de um dia para o outro.

Descubro na poesia o sentido para o sem-sentido, uma busca de meta, uma expressão que reflete todas as contradições experimentadas na vida. Descubro na poesia uma necessidade, porque a vida não basta em si mesma. É a arte da palavra que reorganiza tudo, que tudo ressignifica, porque a própria palavra no seu sentido original e no seu senso comum se esgota.

Gosto de mexer com a palavra, nos sentidos escondidos que ela encerra. Cada palavra é um mundo, quando combinada com outras, no contexto. Gosto de brincar com as palavras, sejam elas ridentes ou chorosas. Forço-as a dizer o que vieram para dizer, mas as espremo também, para que não apenas deem o suco, quero mais, quero o sumo. Quero degustar as riquezas escondidas nas palavras mais simples e corriqueiras.

E para que serve mesmo a poesia? Serve para ir além da poesia e viver a vida com leveza e com a sabedoria dos loucos que vivem e conseguem retirar da vida, bem como das palavras, mais do que ela oferece na sua crua estrada.

Leio e escrevo poesia porque nelas encontro libertação para meus traumas, para minhas tristezas, e até meus rancores. 

Irmãos e irmãs, companheiros humanos. A poesia nos humaniza! Viva a vida com poesia!

Viva a Poesia!



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