O importante é ser, e não parecer!

 Você já deve ter ouvido um zilhão de vezes que o importante não é o ter, mas o ser. 

Acho que ninguém discorda disso. Mas acho também que há quem confunda o ser com o "parecer". Por exemplo: há quem lute demais pela preservação de sua autoimagem, e assim pensa que o que vale é o que os outros vão pensar. E aí a pessoa vive não pelo que importa de verdade para ela, vive em função da imagem que os outros vão construir dela. Entende?

Então há o tipo de coisa como um casamento de aparência, porque fica "feio" diante da sociedade uma separação. Há quem odeie sua profissão, mas que a aguenta, porque é "feio" demais largar o diploma pelo qual batalhou, mas que não traz satisfação profissional nenhuma, sendo outro o seu verdadeiro sonho e vocação. Vive-se frustrado, mas agradando a outro, pois a sociedade cobra algo, como se quisesse um retorno, como se a pessoa tivesse o dever de continuar frustrado e infeliz. E aí tem gente que prefere fazer da sua vida um teatro e do mundo em que vive, o cenário para suas representações. Não vivo, represento um papel.

Por isso que é comum, mais do que se imagina, alguém que posta em redes sociais que está se doando no seu trabalho, sua profissão, sua vocação, etc. sem o devido reconhecimento. E que adora ser chamado pelos títulos que ostenta.

Tem gente que se agarra a títulos e ao papel social que representa, sempre encenando, mas por dentro bufando porque desejaria mesmo é estar fazendo outra coisa. Mas o que aparenta ser é mais importante socialmente. A pessoa está num palco, onde são projetadas luzes que aumentam sua importância pela sua representação teatral contínua. Finge-se como ator ou atriz. Representa-se!

As luzes do palco são fascinantes, porém quando se está sozinho consigo mesmo não dá para representar cem por cento do tempo. Não dá para ser falsamente feliz vinte e quatro horas por dia. Apesar de todo o fascínio, trazido pelos aplausos, ainda é preferível fazer o  caminho à luz do dia, pisando o chão real da vida, sem fingimentos, a preservar uma bela, mas falsa imagem de si mesmo para a sociedade.

É preferível que eu e você sejamos nós mesmos, e não representações falsas de nós, que agradam aos outros mas nos tornam frustrados. Se nossa imagem tem que ser projetada para fora de nós, que ela seja o  mais possível próxima ao que somos de fato. E que seja boa! Mas verdadeira!


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