A JUVENTUDE PASSA!

 Digo frequentemente para meus filhos e para os mais jovens, com quem tenho o prazer de conviver, que quando a gente é mais novo mais portas estão abertas. O jovem tem um leque enorme de possibilidades de escolhas. Até uma determinada idade é possível escolher qualquer coisa que se queira ser. O jovem tem mais opções de escolha do que um adulto. E tem muito mais liberdade para escolher.

Quanto mais o tempo passa, menos se pode. Eis uma razão pela qual se deve fazer boas escolhas ainda cedo. O implacável tempo que nos leva com ele não nos dá uma segunda chance, nas mesmas circunstâncias. O envelhecimento é, sem dúvida, uma graça. Não são todos que tem a chance de viver o suficiente para ficarem velhos. Mas carrega consigo as limitações: vamos perdendo aos poucos a energia física e mental. Nossa beleza juvenil vai dando lugar ao rosto enrugado, à flacidez de nossa pele e músculos. Vamos diminuindo aos poucos, à vista dos outros e na percepção que temos de nós mesmos. Vamos nos tornando mais frágeis. Nosso corpo não responde mais como antes aos comandos do cérebro. E o cérebro mesmo vai se deteriorando, com frequentes esquecimentos, com o esforço  que empregamos para prosseguir uma linha de raciocínio. Realidade pura da vida é esta, apesar das exceções raras, que, não se pode negar, existem.

É claro que tudo tem o seu lado bom. Com o tempo perdemos massa corporal, inclusive cerebral, mas ganhamos sabedoria. Podemos aconselhar, baseados em nossas experiências pessoais. Sabemos o que funciona e o que não funciona na vida. Queremos socorrer nossos jovens para que não caiam nos mesmos erros que nós, para que evitem as armadilhas nas quais sucumbimos tantas vezes quando não tínhamos tanta experiência acumulada. Ah, se pudéssemos voltar no tempo, quanta coisa seria diferente, mas não tínhamos como adivinhar o resultado de nossos arroubos juvenis.  Conhecemos os caminhos, melhor é dizer que abrimos  certos caminhos, sendo que alguns indicamos com a certeza de que são bons e levam a lugares ótimos, outros desaconselhamos porque sabemos que não vão levar aonde prometem.

Ao transmitirmos aos mais novos nossos valores, temos certeza de que são bons, não porque disseram isso, mas porque os experimentamos na vida. Temos o que dizer baseados na experiência acumulada com o tempo de vida.

Ficamos tristes quando menosprezam nosso passado, como se tivéssemos apenas passado por um tempo que não valeu a pena. Sabemos o que valeu! E como valeu! Tudo valeu!

Mas, não importa a idade, se estamos vivos, a missão continua. Não acabou ainda e não acaba enquanto estamos respirando. Provavelmente com passos mais lentos, mas há ainda caminho a percorrer. E cada dia vivido será uma conquista. E cada passo dado é um sucesso. Estamos na fase em que o sucesso não depende de aplausos. O sucesso consiste em viver!

Lentamente, mas com persistência, deve-se seguir. Ainda há o que se construir! Ainda temos nossas ferramentas da experiência, embora esteja faltando o vigor. Ainda temos o que ensinar, embora faltem alunos que queiram aprender. Ainda temos projetos concretos possíveis de serem realizados, apesar da escassez do tempo que ainda imaginamos ter.

Aos mais jovens, digo: aproveite o tempo e faça boas escolhas, já que as possibilidades são inumeráveis. Aos mais velhos, aconselho: as escolhas são restritas, mas ainda se pode fazer muito enquanto se está vivo. Seja você jovem, adulto ou velho, não se deixe enterrar vivo. Se você não pode viver tudo o que quiser, viva intensamente tudo o que puder!

Aproveite o dia!

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